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“Futuro sem Intermediários?” debatido nas Jornadas de Comunicação Social

Foi sob o tema “Novos Media: uma Babel às costas” que decorreram, nos dias 27 e 28 de Março, as X Jornadas de Comunicação Social da Universidade do Minho (UM). Confrontados com a questão “Futuro sem Intermediários?”, todos os convidados do painel Jornalismo foram unânimes nas suas respostas, afirmando que o futuro não dispensa a intermediação, antes pelo contrário, sentirá cada vez mais a sua necessidade.

Moderado pelo docente Manuel Pinto, o painel de Jornalismo contou com a presença de Sérgio Gomes, do jornal Público; Pedro Leal, da Rádio Renascença; Paulo Ferreira, do Jornal de Notícias e Luís Miguel Loureiro, da RTP, em substituição de José Alberto Carvalho, também da RTP, que por motivos pessoais não conseguiu estar presente.

Responsável pela edição online do Público, Sérgio Gomes, foi o primeiro orador a defender que o Jornalismo irá sempre pautar-se pela existência de intermediação. É uma realidade a contínua e cada vez mais usual abertura dos jornais à colaboração dos seus leitores, pelo que a intermediação do jornalista é fundamental enquanto filtro da informação que posteriormente é transmitida ao público. Para o ciberjornalista, a Internet tem vindo a dar um grande contributo na aproximação do jornalista e do leitor, mas salienta a falta de investimento que ainda se faz sentir nesta área.

A segunda intervenção foi realizada pelo chefe de redacção da Rádio Renascença, Pedro Leal, que começou por afirmar que “ a rádio não está em crise”. Apesar de os meios de comunicação de massa tradicionais já não controlarem a “forma como a informação chega à audiência”, a rádio e a televisão não perderam lugar para a Internet, mas são suportadas por ela. A facilidade proporcionada ao público em aceder à informação quando e onde quer, leva Pedro Leal a considerar a Internet como “uma boa bengala para a interactividade na rádio”, pelo que é fundamental desfrutar ao máximo desta possibilidade. Na opinião do jornalista, os novos profissionais da informação não devem dominar apenas a escrita, mas também todo um conjunto de técnicas e meios de produção do audiovisual, pois isso está a tornar-se uma mais valia nas redacções. Ao terminar a sua exposição, o chefe de redacção da Emissora Católica Portuguesa revelou não acreditar num futuro isento da presença de intermediários no tratamento da informação.

O representante do Jornal de Notícias (JN), Paulo Ferreira, também mostrou uma opinião semelhante à dos convidados anteriores, dizendo que “a morte dos intermediários é apressada”. No entanto, o editor do JN preferiu destacar a importância da proximidade que deve existir entre o órgão de comunicação e o leitor, assim como a promoção da “interactividade com o público” que, segundo ele, são as vantagens do JN em relação aos outros jornais. O cidadão deve ser sempre o ponto central, deve ser ele a “definir a agenda” mediática. Paulo Ferreira também abordou a questão da Internet no meio jornalístico, assegurando que existe uma “resistência muito grande por parte dos jornalistas” em relação à mesma. Tal como já tinha feito um dos convidados, o jornalista do JN lembrou que os futuros profissionais dos media devem, a par da escrita, saber “fazer fotografia, imagem e vídeo”.

O último interveniente no debate foi Luís Miguel Loureiro, repórter da RTP, que concordou que não será possível um futuro sem intermediários. Acredita mesmo que estes são “imprescindíveis”. O repórter da televisão pública fez ainda referência ao alarmante desenvolvimento tecnológico que abarca o meio jornalístico, revelando que “o grande problema do jornalismo foi ter-se deixado apanhar pela maré tecnológica”.

Em jeito de conclusão, o moderador e docente de Jornalismo na UM, respondeu à pergunta que deu o mote a este painel dizendo: "Futuro sem Intermediários? Não. São cada vez mais precisos, mas não a qualquer preço."


Carla Lameira com Carla Oliveira