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Sarkozy e Royal disputam segunda volta

Com 31,11 por cento dos votos, Nicolas Sarkozy apresenta-se como o grande vencedor das presidenciais que ontem, dia 22, se realizaram em França. No entanto, a decisão final ficou adiada para uma segunda volta, a disputar com a socialista Ségolène Royal, que obteve um total de 25,83 por cento nas votações, como refere o Le Monde.

Naquela que foi a maior afluência às urnas desde 1965, com cerca de 85 por cento de participação, o candidato da União para um Movimento Popular (UMP) não só confirmou os resultados previstos nas sondagens, como também conseguiu mobilizar o maior número de eleitores, desde 1969, em torno de um candidato de direita.

Ségolène Royal, que atingiu os 25 por cento necessários para tornar possível uma segunda volta, vai depender da escolha dos eleitores que, ontem, optaram pelo centrista François Bayrou, o terceiro posicionado, com 18,55 por cento dos votos. Também o eleitorado dos partidos comunista, dos Verdes e dos trotskistas pode ter um papel decisivo se seguir o apelo feito pelos seus líderes e der o seu voto à socialista na segunda volta.

No discurso proferido após serem conhecidos os resultados, Nicolas Sarkozy afirmou que ao ter vencido a primeira volta e ficando Royal no segundo lugar, “os franceses marcaram claramente o seu desejo de um debate profundo” entre ambos “sobre as ideias (…) da nação, sobre os dois projectos de sociedade, os dois sistemas de valores, as duas concepções da política” que cada um deles defende. O candidato da direita relembrou, ainda, o seu grande objectivo de "reunir o povo em volta de um novo sonho francês”.

Ségolène, que falou para uma multidão maioritariamente composta por mulheres, assegurou que “os franceses querem uma França nova, fraternal e que permita a todos construir a sua vida de uma forma digna”. Por essa razão, Royal lembrou que não aceita “a lei do mais forte, em que o poder está concentrado sempre nos mesmos”. Convicta na vontade de mudança do povo francês, a candidata do Partido Socialista reforçou a sua posição, dizendo que “é possível reformar a França sem a brutalizar”, como cita o Jornal de Notícias.

Caso venha a ocupar o actual lugar de Jacques Chirac, Ségolène garante que será “uma presidente livre” e que colocará a França “no centro das decisões económicas”, sem, todavia, “optar pelo liberalismo selvagem”. Isto em resposta à intenção de Sarkozy em apostar num programa económico liberal que passa pela baixa da carga fiscal e social das empresas.

Le Pen é o maior derrotado

Depois de nos últimos 20 anos ter vindo a conquistar um lugar de destaque na vida política francesa, a Frente Nacional de Jean-Marie Le Pen sai derrotada das eleições de ontem. Ao contrário do que revelavam as sondagens, a extrema-direita não foi além do quarto posto, com uma percentagem de votos inferior aos 14 que conseguiu em 1988. Ao falar aos jornalistas, Le Pen ficou-se apenas pelo apelo à mobilização dos franceses nas legislativas de Junho, que ele espera sejam uma reposição dos votos “roubados” ao partido por Sarkozy.

A 6 de Maio realiza-se a segunda volta das presidenciais. As sondagens realizadas ainda na noite de ontem dão uma vitória a Nicolas Sarkozy, com 54 por cento das intenções de voto, contra os 46 por cento de Ségolène Royal. Porém, a diferença entre ambos é pequena se se considerar que ainda está por definir quem receberá o apoio dos candidatos afastados.


Fotos: argoul.blog.lemonde.fr
lefigaro.fr